domingo, 29 de agosto de 2010

Um Olhar Masculino

O almoço já durava duas horas e era regado a futilidades e comida cara.
Ela vestia-se como uma dama,sabia se portar,tinha um ótimo vocabulário e muito conhecimento,mas faltava-lhe o essencial: opinião.
Em meio a todo o tédio surgiu apenas um ponto interessante:
-Você faz o tipo que já amou, sofreu e tem medo de se envolver...
Não querendo comprometer minhas intenções me abrindo sobre o passado e definindo nosso relacionamento como amizade silenciei.Mas ela era decidida,e nada sutil, não hesitando:
-Você já amou?
Percebendo que não calaria suas dúvidas com meu silêncio, agindo imaturamente e por impulso pedi que o garçom trouxesse a conta.
No caminho de volta ambos silenciaram, percebendo a gafe cometida, resolvi comentar algo por alto, algo que não me comprometesse:
-Eu vivi um único relacionamento desse tipo, nele fui muito feliz,nós nos proporcionamos momentos de emoções inexplicáveis, era uma pessoa muito especial, de olhar contagiante,um jeito de quem sonha muito e procura pelo que idealiza.Não sei se o que senti foi amor.
-E porque o fim?
-Essa pessoa preferiu assim.
-E você?
-Com o tempo o egoísmo que fora do relacionamento é o que antes era ciúme-grande causador de estragos em diversas relações-vai saindo de foco e você percebe que ele só faz parte do amor próprio.Um dia um grande poeta disse:
"Se você ama alguma coisa ou alguém deixe que parta,se voltar é seu, se não voltar jamais seria."
Ela refletiu durante algum tempo, e eu procurei desviar pelo caminho mais longo.
-Eu também já amei,talveaz mais a mim que a meu companheiro.Digo isso porque quando me perguntam sobre esse amor, não me lembro dos bons momentos a dois, mas do sofrimento de quando fui abandonada.
A conversa se encerrou,o encontro acabou, não trocamos telefones, mas isso não importava,para ambos era apenas um encontro casual.

domingo, 22 de agosto de 2010

Relacionamento:"Namorando"

Eu tenho um modo de viver que busca uma indiferença em relacionamentos, a verdade é eu não acho que deva me dedicar a uma pessoa em especial mas a várias, ou seja não sou adepto das idéias de namoros, ficadas, e outros tipos de relacionamentos a dois relacionados, e desde que passei pela puberdade fui assim, não me interessava nem por homens nem por mulheres, o que me levou a condição de assexual, e eu levava isso numa boa.
Porém em junho de 2009 eu conheci uma pessoa pela qual me interessei, fora a diferença de idade parecia tudo bem,mas não era, a principio a opção sexual dela exclui meu sexo, e ela ainda era comprometida.Mas, pouco depois a pessoa se separou,e eu descobri que sua opção sexual era definida como "curioso",apenas aguardei, e em dezembro de 2009 eis que vem a graça e eu e essa pessoa embarcamos em um relacionamento no qual namoravamos quando a sós, andavamos de mãos dadas na rua, mas nos apresentavamos pelo nome ou como amigos. Fomos apresentados um para a familia do outro,tinhamos coisas em comum, mas eu ainda não estava pronto para esse tipo de relacionamento colocando tudo a perder, e em menos de uma semana perdi a pessoa que mais tarde descobriria ser meu amor.
Terminado o relacionamento, eu busquei em mim a cura para a dor que sentia, procurei me reservar para compreender o que sentira e sentia.Percebi que não poderia possuir essa pessoa, que por mais sentido e intenso que fosse aquilo para mim para a pessoa não significava mais que consideração.
Lutei, lutei e compreendi que não era daqui, que nesse plano espiritual talvez não fosse a hora, eu como crente de um possível depois, tendo o corpo como fonte de pecados e a alma como unica digna de um possivel depois me guardei para esse sentir,e jurei que pra essa pessoa seria feito.
Na busca por ser quem a faria feliz, num descuido cativei o que eu sentia por essa pessoa em outra pessoa, sim, alguém sentia por mim o que eu sentia por ela, estavamos enamorados.Eu então quis dar uma chance para quem me queria bem, fazendo isso embarquei em outro relacionamento, e dessa vez nos apresentamos como "namorados" e sonhavamos com um depois que chamamos de "futuro a dois", só que não tardou em minha pessoa voltar mais forte que nunca em meu coração,e me encontro assim, namorando alguém que diz me amar,querendo buscar a pessoa por quem sinto algo, a minha pessoa, meu anjo.
Agora me pergunto, e lhes pergunto, até que ponto vale a pena abandonar alguém que sente algo por você pra sair em busca de alguém por quem você sente algo, que não pretende banalizar dizendo ser amor?
Esse alguém que um dia te deixou, exaltando sua opção sexual, e saiu em busca de um amor que ainda não conhecia?
Até que ponto se pode brincar com os sentimentos de quem quer que seja?
Aguardo...